segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Poesia de Escada
Ao cativante Marilton Nascimento
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Antes fosse a pedra dos rins de Leila, pobre menina!
Morreu tão jovem cuja culpa foi ter morado por 23 anos
Comendo poeira e dormindo dias a fio
Sem beber um copo de água pela falta da gota nas periferias.
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Era a chuva de balas queimantes
Em plena meia noite no final de linha da favela.
Jorge, homem alto, “moreno”, 17 anos, trajes suspeitos
Tropeçou na pedra ao voltar do trampo.
No meio do caminho tinha uma rocha
Tinha uma rocha no meio do caminho.
Fabiana olha pela última vez o espelho sujo
No banheiro inacabado do seu barraco.
Tomou a caixa de remédios de pressão da sua avó
Após receber um Não da dona do emprego e da grana.
Loira e amarelada que mora na Pituba.
Fátima dos Santos
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5 comentários:
huauha, assim particulamente estou super feliz por ver tantas poeisas linda (uffa) fico muito feliz mesmo!
em sabe que tem pessoas pensando e construindo algo com minha cara com minha identidade em cima de minha realidade!
F... parabens
sucesso!
axe!
Ismael silva
Muitissimo obrigada, Ismael! Essa eu fiz após ver um dos meus estudantes parodiando a poesia de Drumond passada por outra professora. Ele fez em segundos, mas não se considera poeta nem criativo! Dei a ele e é só um pequeno espelho de nossa vida.
Sucesso
Fátima Sekai
muito massA CURTE MUITO VALEU AI GALERA !!!
Blz, Fátima, acredito que uma das formas de causar “transformação social/reflexão/nova perspectiva de vida” é exatamente levar a arte pra nossa comunidade (quilombos) Mas, uma arte onde der possibilidade de uma reflexão real e sincera do nosso dia – a – dia! Instrumentalizando pra uma construção de uma identidade negra! Com a alta – estima bem trabalhada. ( só o governador acredita que a melhor formar de combater a violência é armando a policia) a te sabemos qual é o verdadeiro papel da policia na nossas comunidade
É isso ai irmã parabéns outra vez.
Como já dizia Steve Biko “ Estamos por nossa própria conta!”
Asé!
Beijos, e muito carinhos de um irmão preto perdido neste grande Quilombo Urbano (lei-sesalvador)
Ismael silva
Parenta meu bem lindo poema mas remédio para pressão mata? Tudo descrito mata um pouco mas acho que o remádio da vó sei não...Sucesso pró!!!!!!!!
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