Sou Rio antigo, de águas sublevadas,
Por onde não se pode navegar.
Sou caminho difícil, águas inexploradas.
Meu curso não há quem possa domar.
Aos aventureiros, afastem-se, fiquem nas orlas,
Porque eu só respeito meu curso e meu destino. O mar.
Abundante, espessa e destemperada sou toda correnteza.
De minhas águas terá apenas perdas, dor e braveza.
Se tu, aventureiro, não quiser se afastar de mim.
Assina um acordo tácito comigo e a tu cabes,
Navegar-me, desbravar-me, conhecer-me...
Mas nunca tente me domar, pois a mim cabe:
Envolvê-lo desejá-lo e, talvez, afogá-lo.
Quero de ti, aventureiro, mais do queres de mim.
Tortuosamente, anseio de ti, Sua coragem, sua beleza.
O seu talento de navegante.
Levará o que queres,
Se me der o mais profundo desejo.
Há que ter respeito e temor, Senhor Marítimo.
Mas antes e maior que tudo há que se ter amor.
(Assumindo e amando Oxum)
Elque Conceição dos Santos